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Relatório da UNESCO pede aumentos substanciais no investimento em ciência em face de crises crescentes
Cerca de 80% dos países investem menos de 1% do PIB em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e 80% da produção global de energia continua baseada em carvão, petróleo e gás. Estes são apenas alguns dos dados apresentados pelo mais recente Relatório de Ciência da UNESCO, lançado mundialmente nesta sexta-feira (11/06). Publicado a cada cinco anos, o Relatório fornece uma visão geral da ciência e da política científica.
Com o tema “”, o Relatório de 2021 enumera alguns dos esforços mundiais em busca de novos paradigmas de desenvolvimento sustentável. A pesquisa também discorre sobre o recente impacto da pandemia e a importância da cooperação internacional para seu enfrentamento, além de apresentar avanços, desafios e tendências em investimento em pesquisa e desenvolvimento nos últimos anos no Brasil.
Os gastos com ciência em todo o mundo aumentaram (+ 19%) entre 2014 e 2018, assim como o número de cientistas (+ 13,7%). Essa tendência foi ainda mais impulsionada pela crise da Covid-19, de acordo com o novo Relatório. Contudo, esses números escondem disparidades significativas: apenas dois países, os Estados Unidos e a China, respondem por quase dois terços desse aumento (63%), enquanto quatro em cada cinco países estão muito atrás, investindo menos de 1% de seu PIB em pesquisa científica. O cenário científico, portanto, permanece em grande parte como um cenário de poder.
Há um longo caminho a percorrer antes que a ciência contribua com todo o seu potencial para o desenvolvimento sustentável.
Sobre o Relatório de Ciência da UNESCO
A cada cinco anos, o Relatório de Ciência da UNESCO fornece uma atualização das tendências na governança na área de ciência. Escrito por 70 autores de 52 países, ele agrega dados sobre gastos, pessoal, publicações científicas e patentes. A última edição acompanha o progresso em direção aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU para 2030 e o rápido progresso da Quarta Revolução Industrial. Ele também acompanha o impacto da pandemia de Covid-19 na pesquisa e inovação globais.